Assim como os solteiros, os casais estão passando por adaptações dentro de casa. Confira algumas mudanças e como elas podem ser transformadoras neste período.
Se a vida dos solteiros não está fácil durante o confinamento, para os casais os dias precisam de adaptações no convívio. Conversei com amigos sobre essa dinâmica 24h/7 e todos eles encontraram novas formas de estar com o parceiro e tentar o máximo possível de equilíbrio. Brigas? Já ouvi aqui de vizinhos na primeira semana, aliás denúncias de violência doméstica aumentaram nesse período, infelizmente.
Mas antes de destrinchar sobre o dia a dia dos casais é importante esclarecer o que as autoridades dizem sobre as relações íntimas durante este período. Ainda não há certeza sobre a transmissão da doença via sexo. Outros coronavírus tipicamente não são transmissíveis por vias sexuais, mas ainda é muito cedo para ter esse tipo de certeza em relação ao novo coronavírus.
O grande problema é o contato físico, já que ele é um vírus transmitido por secreção de vias respiratórias, gotículas que viajam pelo ar e sobrevivem nele até por dias. Então no beijo, abraço e todo contato mais íntimo e próximo, há troca de secreção. Não se pode descartar possíveis infecções pelo líquido vaginal e pelo sêmen. Resumindo, todo cuidado é pouco! Mas claro, se o parceiro está ali na quarentena com você sem contato com outras pessoas… Por que não passar um tempo mais íntimo? Mas aí é algo acordado entre o casal e tendo a segurança de não estar em contato com outros.
Bom, já que com responsabilidade podem existir as relações mais íntimas, o que fazer para manter este aspecto em equilíbrio? Alguns namorados resolveram passar juntos os dias e, na primeira semana, foi aquela loucura sexual, o tal ar da novidade. Mas, claro, isso uma hora passa e, depois de quase um mês, já estão lidando com a rotina e monotonia. Uma saída que alguns escolheram para manter a “chama acesa”? Estão assistindo mais a filmes pornôs, algo que não era muito frequente entre eles. É uma chance para as relações experimentarem novas sensações, novos desejos e o melhor: experienciar juntos!
Um casal fez o inverso. São casados e decidiram morar separados. Como o apartamento é de um quarto e um deles trabalha em média 10h por dia, acreditaram que a convivência 24h se tornaria um pouco difícil e estariam suscetíveis a mais brigas do que o normal. Preferiram morar em lugares diferentes (que bom que tiveram esse privilégio) e só se encontram agora aos finais de semana. E não é que a relação melhorou? Estão como se fossem namorados. Compartilham mais momentos bons do que ruins. Talvez depois dessa pandemia, eles podem até repensar uma nova forma de relação…
Alguns parceiros estão descobrindo mais sobre a vida profissional do outro, por exemplo, quem sempre trabalhou em casa, muitas vezes, pode ter tido seu ofício preterido pelo outro que trabalhava fora. Agora eles compartilham essa dinâmica e um mostra ao outro como é de fato seu trabalho e a importância de suas atividades. Pode surgir ali uma maior cumplicidade, um entendimento em momentos de crise. E que bom!
Outros estão recuperando aqueles brinquedinhos esquecidos no armário…o sexo rotineiro, aos poucos, está dando lugar para uma criatividade erótica saudável.
Mas a maior crise é entre os que têm filhos. Aí a situação complica. Uma das minhas amigas me disse: “me sinto um panda sendo observada o tempo todo (pelos filhos).” Antes da quarentena, ela e o marido tinham as manhãs livres para estarem juntos como casal, já que os dois filhos iam à escola. Agora é o tempo todo os quatro dentro de casa. Quais foram as soluções encontradas? Na parte da manhã ela fica coordenando os filhos para ele poder trabalhar e à tarde é o inverso. Assim dividem melhor as tarefas do trabalho e da casa. Uma tentativa boa para não sobrecarregar nenhum dos lados. Mas a parte sexual ainda está bem prejudicada por conta de toda a preocupação com a situação, com o futuro, com o confinamento.
Difícil manter o tesão em momentos de crise como esta. Uma dica? Tentem se dedicar mais ao outro à noite (sem filhos), a conversar e negociar sim um momento de prazer. O corpo precisa disso, dessa troca, desses hormônios. Parece mecânico negociar um chamego? Sim, parece, mas os casais têm que tentar, ao menos, para o mecânico se tornar mais pra frente, algo natural. Vocês vão querer essa sensação de bem-estar pós-sexo ou pós-carícia novamente…
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*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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