Aumento na compra de vibradores, nas inscrições e consumo em sites “para maiores” são algumas das transformações do comportamento sexual que estão ocorrendo durante a pandemia.
Um dos pontos interessantes desta quarentena é como as pessoas estão sendo forçadas a realmente se conhecerem de forma mais íntima. E um desses reflexos é o aumento na venda de vibradores pelo mundo. Aqui no Brasil ainda não há dados oficiais, mas em países onde a quarentena começou antes, pode-se notar uma expressiva mudança. A Womanizer, empresa fabricante do primeiro vibrador “sugador de clitóris” - um sucesso mundial -, declarou um crescimento de venda nos países seriamente atingidos pelo novo coronavírus: Estados Unidos (+75%), Hong Kong (+71%), Itália (+60%), França (+40%) e Canadá (+135%). No total global, o aumento foi de 50%. A LELO, marca de sex toys de alto padrão, também observou essa elevação. Seu departamento de comunicação na Espanha revelou que as vendas online aumentaram 30%, em um único mês. Ainda no âmbito mundial, até a prefeitura de Nova York divulgou em seu site uma espécie de cartilha sobre o “sexo nos tempos de coronavírus”. Entre as orientações estavam “Você mesmo é seu parceiro sexual mais seguro” ou “A masturbação não propagará a covid-19, especialmente se você lavar as mãos (e os brinquedos sexuais) por 20 segundos antes e depois do sexo.”
Como não me canso de dizer aqui, a masturbação é fundamental neste momento. E quem ainda não consegue ter essa intimidade com o próprio corpo, tente tocar levemente a região genital enquanto se ensaboa durante o banho. Vai ser uma oportunidade de prazer e de autoconhecimento.
Outro dado significativo é em relação ao consumo de pornografia. Aumentou! Segundo o Pornhub, um dos maiores sites do gênero, após liberar grátis o conteúdo premium por 30 dias, o tráfego cresceu em 18%. Os picos de acesso coincidem com as datas de implantação das quarentenas em diversos países ao redor do mundo.
E não só o consumo deste tipo de conteúdo cresceu. Aqui no Brasil, o perfil de acessos também está registrando uma mudança. O Sexlog, a maior rede social adulta do país, antes da pandemia, tinha em seus inscritos de 7 a 10% de mulheres, 40% de casais e 50 a 53% de homens. Um mês após o início do confinamento, já existiu uma leve mudança: 13% de mulheres (cerca de um aumento de até 6%), 40% de casais e 47% de homens. Além disso, nesta plataforma, o modo como elas consomem pornografia também ganhou uma nova forma. Antes entravam para serem vistas, exercer o exibicionismo. Agora, elas também entram para assistir, exercer o voyeurismo.
As mudanças de comportamento surgem de acordo com o momento e necessidade. E espero que este autoconhecimento e novas possibilidades de prazer que as pessoas estão se permitindo a ganhar, não se percam. Ao contrário, só aumentem e evoluam!
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*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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