Os relacionamentos precisam se adequar ao casal e não à sociedade.
Nos últimos dias, a atriz Tatá Werneck e seu companheiro, Rafael Vitti, foram bombardeados por boatos de separação simplesmente porque eles não fazem a linha casal-grudado. Sim, os dois possuem alguns interesses distintos, como por exemplo, o Rafael gosta de surfar. E que bom que eles possuem alguns gostos paralelos e individuais. Até porque os dois existiam antes do casamento, certo?
O que atrapalha e muito ainda nos relacionamentos são as expectativas sociais que precisam ser preenchidas, ainda mais para os casais heterossexuais. É uma lista de exigência para ser o par perfeito perante ao mundo como: fotos do casal nas redes sociais. Se for a foto de perfil fica mais perfeito (contém ironia); fazer tudo junto; dormir na mesma cama todas as noites; não discutir a relação, já que ela é “perfeita” e por aí vai…a lista é grande.
Mas já parou para pensar que seu jeito de amar pode ser um pouco diferente? O que te faz feliz realmente dentro de um casamento? O que te incomoda dentro de uma relação tradicional? Vou aqui enumerar alguns exemplos que podem trazer uma manutenção saudável para as relações. Sim, vamos sair um pouco da esfera mais tradicional. Mas tente experimentar alguma delas.
Dormir em quartos separados A primeira vez que ouvi isso foi em 2004 quando uma amiga morava nos Estados Unidos e me disse que vários casais tinham essa prática. Me lembro que achei bem estranho na época e não me vi fazendo isso. Hoje eu seria adepta. Não toda noite, claro, porque gosto de uma boa conchinha, mas muitas delas eu faria sim. A qualidade do sono aumenta; aquela semana da menstruação em que o seu corpo inteiro dói e você quer ficar quietinha; aquele momento para você assistir o que quiser na TV; ver todas as bobagens das redes sociais antes de dormir; falar com quem quiser; ler o livro que desejar, sem ser interrompida. Já parou para pensar? Um momento só seu dentro da própria casa? Em 2019, a instituição Sleep Health Foundation, da Austrália, identificou que 17% das pessoas casadas ou que moravam com o companheiro preferiam ficar sozinhas durante a noite. Em 2020, um relatório da National Bed Federation, do Reino Unido, apontou que um sexto dos cônjuges britânicos dorme separado. Depois da pandemia, certeza que esse número aumentou.
Viajar sozinha Nem sempre o seu destino desejado é o mesmo de seu cônjuge. E por que não realizar seu desejo? É até bom ficar dias separados para quebrar a rotina e depois matar a saudade com um olhar mais fresh, mais renovado sobre as coisas. Ter descobertas sozinhas é importante para você se reconectar com você mesma. Sim, vocês são um casal mas, em primeiro lugar, você é um indivíduo. Sair com amigos Não precisa estipular “a noite semanal das meninas” porque engessa sua vontade de sair. Deixe isso mais fluido, mas mantenha sim a convivência com suas amigas. É importante manter o círculo social ativo. Ter atividades somente para você Pode ser uma academia, um curso, uma massagem semanal. Não importa. É somente aquele momento em que você está ali na sua solitude saudável cuidando de você e seus objetivos.
Coloquei aqui somente alguns exemplos, mas tem muitos mais…Viver a dois não precisa ser necessariamente 100% a convivência a dois. Isso nem é saudável porque o casal vai perdendo sua identidade como indivíduo. Permita-se um relacionamento mais leve em que os dois possam olhar para seus próprios desejos emocionais, físicos e profissionais.
E está tudo bem a Tatá e o Rafael ficarem dias sem se ver. É assim que eles são felizes, é assim que eles dão certo. Agora, encontre a sua forma de ser feliz com a sua parceria. Vá, sem medo!
*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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