Se a pessoa é resistente, mas provavelmente poderia se beneficiar de ajuda profissional, experimente estes argumentos de convencimento.
Durante muito tempo acreditou-se na mentira de que “terapia é apenas para pessoas com problemas ‘sérios’”. A boa notícia é que essa percepção está mudando, aos poucos, e as pessoas começam a procurar os consultórios para trabalhar a saúde mental. Mas ali enquanto a pessoa está em seu momento individual, sem querer ela também está trabalhando seus relacionamentos, principalmente os amorosos. Tudo está conectado. Agora, e quando você faz terapia e percebe que seu par também precisa de análise para uma melhor convivência mas o outro é contrário à ideia? Você pode ajudar e aqui indico alguns argumentos. Mas tenha em mente que a terapia só “funciona” se a pessoa estiver aberta à experiência e realmente quiser mudar.
1. Tente entender o motivo dele não ir.
Assim como sua motivação para buscar terapia é altamente pessoal, também o são as razões de alguém para evitá-la. É por isso que é super importante entender verdadeiramente e ter empatia com o motivo pelo qual alguém é avesso à ideia para que você possa descobrir a melhor forma de abordá-lo. Algumas sugestões de motivos:
Ele acha que ir à terapia é um sinal de fracasso pessoal: As pessoas podem pensar que apenas chorões vão à terapia, ou quem não consegue lidar com sua própria vida. Essa mentalidade leva muitas pessoas a terem vidas muito tristes e desnecessariamente deprimidas e ansiosas. As pessoas costumam dizer: 'Meus avós não precisavam de terapia'”, o que pode exigir uma pergunta de sua parte: “Como você classificaria seu avô como parceiro ou pai? Como você classificaria a preocupação dele com seu bem-estar?”
Ele está preocupado em ser julgado ou decepcionado por um estranho.
Talvez ele imagine um divã freudiano com alguém sentado ali e dizendo: “Conte-me sobre sua mãe”. Parte disso é medo de não querer revelar essas coisas sobre ele porque tem medo de que essa pessoa tenha poder de controle, que seja uma situação de juiz e júri — que alguém vá dizer que tudo o que ele faz é errado”. Não é assim que funciona. Essa mentalidade pode ser muito forte em alguém que teve uma experiência ruim com um terapeuta ou soube de alguém nessa situação. Nesse caso, é útil apontar que há especialistas ruins e bons em todas as profissões.
2. Escolha o momento certo para abordar o assunto.
É muito importante encontrar uma estratégia que não faça seu par recuar em autodefesa — de preferência um momento tranquilo em que as coisas estejam indo bem entre vocês dois. Em uma situação de casal, dobrar as declarações "eu" é crucial. Você pode dizer: "Tenho pensado em X, como tenho certeza de que você também tem, e que realmente lutamos com Y. Quero melhorar porque te amo e acho que conversar com alguém vai nos ajudar." Isso se opõe a declarações como "Você fez isso ou aquilo", que realmente encerram a conversa. Nunca traga à tona uma conversa sobre terapia no meio de uma briga, mesmo que pareça o momento mais natural. Se ele ainda estiver preso a uma experiência ruim de saúde mental do passado, é importante validar isso. “Você pode dizer: 'Sinto muito que você tenha tido essa experiência ruim e eu entendo totalmente o quão pode ter sido frustrante pedir ajuda e não receber. Às vezes a experiência ruim é porque essa pessoa não era boa ou não era uma boa opção para você.’”
3. Reitere o quão comum é obter ajuda.
Você não diria a alguém com diabetes ou um problema cardíaco que ele precisa aguentar firme — e essa mesma lógica se aplica à saúde mental. Esse mapeamento para doenças físicas pode ser uma construção útil. Nossos cérebros são como qualquer outro órgão. Nossos estados de sentimento são um produto de fiação e neurotransmissores. Basicamente, quando algo está errado (digamos, você está se sentindo muito deprimido ou ansioso), tudo se resume a neuroquímicos. Você pode mudar isso com medicamentos, mas a terapia da fala pode ser tão eficaz em certos casos, particularmente com depressão. Se repetirmos padrões de conversa e compreensão, também podemos mudar neuroquímicos, e é por isso que a psicoterapia funciona.
Outro fato poderoso para jogar fora? Quão comuns são os problemas de saúde mental. Não é por causa de uma má criação. Você pode ter um ótimo crescimento e ainda desenvolver um transtorno de ansiedade ou humor — é assim que as coisas são.
*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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