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O Cérebro e a Menopausa

  • lucianeangelo
  • há 22 horas
  • 3 min de leitura

A neurocientista Lisa Mosconi revela como o cérebro — e não só os hormônios — é profundamente impactado por essa fase.


Você já sentiu aquela névoa mental estranha no meio do dia? Esqueceu onde colocou a chave, perdeu o fio da meada no meio de uma conversa ou se sentiu emocionalmente esgotada — e sem saber explicar o porquê? Pois é, você não está sozinha. E a resposta pode estar muito além dos hormônios... pode estar no seu cérebro. Sim, no seu cérebro.


E é exatamente sobre isso que fala o livro “O Cérebro e a Menopausa”, da neurocientista Lisa Mosconi, publicado pela editora Harper Collins. Uma leitura que chega como um chamado para a gente olhar com mais carinho para o que vive dentro da nossa cabeça. Uma revolução silenciosa… e cerebral nesta fase.


Durante muito tempo, a menopausa foi tratada quase como um problema ginecológico. Ondas de calor, ciclos irregulares, insônia, fim da fertilidade. Mas Mosconi, com sua voz feminina e sua lente científica, nos mostra algo revolucionário: o cérebro é o órgão mais afetado pela menopausa. A queda nos níveis de estrogênio não mexe só com o humor — ela pode interferir diretamente na memória, na concentração, no raciocínio e até na nossa energia vital.


Um novo olhar: menopausa não é fim, é transição

Mosconi não vem nos assustar. Ao contrário. Ela nos convida a trocar a palavra “declínio” por “renovação”. A menopausa, segundo ela, é uma nova etapa — uma fase de profunda reorganização neurológica, que pode, sim, nos deixar mais sensíveis, confusas ou cansadas… mas também mais lúcidas, criativas e abertas ao autoconhecimento. É quase como se o nosso cérebro estivesse dizendo: “ei, você já cuidou de todo mundo por tanto tempo… agora é hora de cuidar de você”.


Alimentar o cérebro, cultivar o prazer, respeitar os ritmos

Ao longo do livro, Lisa Mosconi propõe caminhos para atravessar essa fase com mais saúde e dignidade. Fala da importância de uma alimentação que nutre o cérebro (sim, o que você come pode ajudar sua memória a voltar a sorrir), do papel das terapias hormonais quando bem indicadas, e do poder de práticas como exercícios físicos, meditação e… prazer. Sim, prazer. Mosconi fala com delicadeza sobre como reconectar o corpo e o desejo, inclusive nessa fase em que tantos de nós somos levadas a acreditar que “já passou nosso tempo”.


Alimentos que Nutrem o Cérebro

Mosconi sugere uma dieta rica em:

Antioxidantes: Presentes em frutas e vegetais coloridos, ajudam a combater o estresse oxidativo que pode prejudicar as células cerebrais.Ácidos graxos ômega-3: Encontrados em peixes como salmão e sardinha, são fundamentais para a saúde das células nervosas.Vitaminas do complexo B: Presentes em grãos integrais, legumes e vegetais de folhas verdes, auxiliam na produção de neurotransmissores.Fitoestrogênios: Compostos vegetais que imitam o estrogênio, encontrados em alimentos como soja, podem ajudar a equilibrar os efeitos da queda hormonal.


Alimentos a Evitar

Alimentos processados e açúcares refinados: Podem inflamar o cérebro e afetar a memória.Cafeína e álcool em excesso: Podem interferir no sono e aumentar a ansiedade.Gorduras trans e saturadas: Encontradas em alimentos industrializados, podem prejudicar a saúde cerebral.


Estilo de Vida Integrado

Além da alimentação, Mosconi enfatiza a importância de um estilo de vida saudável, que inclui:

Exercícios físicos regulares: Melhoram a circulação sanguínea cerebral e a função cognitiva.Sono de qualidade: Essencial para a consolidação da memória e recuperação cerebral.Gestão do estresse: Técnicas como meditação e mindfulness ajudam a reduzir os efeitos negativos do estresse no cérebro.


Um livro, muitas conversas

“O Cérebro e a Menopausa” é um convite para que a gente pare de temer a menopausa como um fim — e comece a encará-la como uma travessia mais leve quando feita com informação, apoio, acolhimento… e conversas como essa. Mulheres que pensam, sentem, amam, criam e, sim, também têm seus esquecimentos de vez em quando. Mas que estão despertando para um novo tipo de consciência: a de que nosso corpo e nosso cérebro merecem respeito, cuidado e presença — em todas as fases da vida.


Se você está nesse momento de mudanças, ou conhece alguém que esteja, esse livro é uma daquelas leituras que transformam. Não porque prometem fórmulas mágicas, mas porque nos devolvem aquilo que sempre foi nosso: o direito de entender o que sentimos. E talvez, só talvez, isso seja o começo de um novo tipo de liberdade. Mais lúcida, mais serena… e muito mais nossa.


*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.


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Luciane Angelo © 2018-2022

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