Livro sobre a prática traz ensinamentos para casais que querem experimentar uma relação sexual mais intensa e completa.
Primeiro de tudo: O que é o sexo tântrico? É uma prática de união para casais, criada há milênios pelo povo drávida, que habitava a região norte da Índia. Como qualquer outra tradição, o sexo tântrico tem um forte aspecto cultural. Pouco a pouco vem ganhando espaço no Brasil, uma vez que pode ser uma maneira interessante de conectar um casal, intensificando o amor entre os envolvidos.
Mas ainda nos países ocidentais valorizamos muito a penetração e esquecemos de todo o resto do corpo. Ao estudar o sexo tântrico, uma das partes mais interessantes desta prática é a forma diferenciada de como propõe a relação sexual. Entre os conceitos, há o que estimula a ligação entre o casal de maneira lenta, intensa e totalmente ligada aos 5 sentidos. Indico o livro “O Coração do Sexo Tântrico: Um Guia para o Amor e a Satisfação Sexual” (Editora Mantra), de Diana Richardson. A escritora explica muito bem as energias do masculino e feminino, os pólos do nosso corpo, a importância do relaxamento, da respiração, do sentir o outro e o mais importante: sentir a si mesmo dentro de uma relação sexual. Confira 3 ensinamentos do livro para colocar em prática! Beije sem pressa Muitas vezes o beijo tem pouco valor no ato sexual ou quando beijamos já usamos a língua (aqui pode ser já uma representação do pênis, ou seja, da penetração num simples beijo). Que tal começar somente com os lábios, tocando no rosto da outra pessoa. Sinta sua respiração saindo pela sua boca e atingindo a pele do seu par. Vá devagar. Molhe os lábios e beije o corpo todo da sua parceria. O beijo é algo importantíssimo na intimidade de um casal e, muitas vezes deixado de lado, ou usado de forma mecânica. Sinta o beijo. O corpo de uma mulher precisa ser aquecido devagar, uma abordagem lenta e consciente expande as energias corporais. Beijar, respirar e tocar despertam os sentidos. Experimente. “O relaxamento é a melhor coisa para o beijo. Relaxe a boca e a mandíbula e, sobretudo, relaxe os lábios, permitindo que sejam macios e receptivos. Em geral, ao beijar, nós franzimos e apertamos os lábios e, então, beijamos rapidamente. Esse não é um beijo genuíno, com partilha de energia pela boca, pois os lábios estão tensos demais. Os lábios precisam estar relaxados, flexíveis e acolhedores. Beijem devagar, deixem que os lábios se unam com suavidade um ao outro”, explica Diana.
Relaxe durante o sexo
Quando o casal consegue reabsorver e reciclar a energia sexual, o sexo se transforma em uma força energizante. “Com base no tantra, o sexo pode ser usado para criar mais vida, e não apenas outra vida. Essa fase espiritual da energia sexual se manifesta quando o homem e a mulher aprendem a relaxar juntos durante o sexo”, observa Diana Richardson.
E emenda: “Nós achamos que, quanto mais fizermos durante o sexo, mais coisas acontecerão, e maior será a recompensa obtida. Jamais pensamos em ir com calma. A tensão produz calor e agitação, e o êxtase surge a partir de uma sensação de frescor e de paz interior. A tensão restringe e contrai, o relaxamento liberta e expande. A tensão cria um pico, o relaxamento cria um vale. A tensão força uma liberação, enquanto o relaxamento permite a absorção”.
Aprenda a reter a energia sexual O tantra, diz Diana Richardson, “traz um equilíbrio cósmico das energias masculina e feminina, yin e yang, positiva e negativa, dinâmica e receptiva e, assim, podemos enriquecer nossa vida com amor e espiritualidade, dentro e fora de nós, aprendendo a viver para além das meras limitações da biologia”.
Temos aí uma imagem do sexo bem distinta daquela que herdamos. “Seu segredo e seu interesse principal é tentar fazer com que a energia sexual permaneça no corpo, sem ser liberada no orgasmo ou na ejaculação. Se for retida, ela volta a circular pelo corpo, e desse modo desfrutamos plenamente nosso potencial orgástico”, ensina a terapeuta.
Diana explica que na segunda metade do círculo, a fase ascendente, “a energia sexual tem a chance de retornar a seu ponto origem no cérebro para nutrir e revitalizar as glândulas ‘mestras’ do corpo (a pineal e a pituitária), que exercem profunda influência sobre a saúde. A atividade sexual libera diversos fatores hormonais que afetam de forma positiva o corpo e o comportamento, e desde tempos remotos o sexo tem sido associado à longevidade e à iluminação espiritual”, diz.
*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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