Esconder a relação de amigos e familiares ganha cada vez mais adeptos e traz um alerta.
Você já se viu num relacionamento em que não conhece os amigos nem a família do crush, ou seja, não te inclui na vida social dele ou até mesmo é invisível na rede social do outro? Pois bem, você viveu o chamado Pocketing (“colocar no bolso” na tradução livre): a situação em que a pessoa com quem você está construindo um relacionamento faz de tudo para garantir que a relação pareça inexistente para o resto do mundo.
Essa prática, muitas vezes, abusiva ganha mais e mais adeptos a cada dia. Sabe aquela sensação do “namorar sozinha”? Então…agora tem um nome para isso. O surgimento dos aplicativos de relacionamentos espalhou essa modalidade, já que a lista de contatinhos tornou-se muito maior e o medo de assumir algo sério aumentou na mesma proporção, ainda mais depois da pandemia. As pessoas estão cada vez menos assumindo seus romances com receio de perder outras possibilidades. E por que na maioria das vezes é abusiva? Porque uma das partes é afetada negativamente por esta ausência de comprometimento.
Aqui não falo sobre os encontros casuais sexuais em que as pessoas se encontram apenas para passar uma noite orgástica na companhia do outro. Aqui falo sobre casais que criam vínculos afetivos, mas uma das partes insiste em não divulgar seja com desculpas sobre ex-namorades ou “o que o mundo não vê, não estraga” e muitos outros argumentos. Se você se sente na posição de lesada na relação, converse com o par para saber exatamente o que pensa sobre isso e se você quer também continuar a viver esse papel. Lembre-se que a principal pessoa da sua vida é você.
Cada vez mais as pessoas avançam no campo sexual, mas não no emocional. A era dos “amores gososos” estabelece uma necessidade de satisfação momentânea para muitos e, logo depois, já miram no próximo alvo e a parte emocional estaciona no raso. Mas nem todas as pessoas são assim. Por isso, o diálogo é fundamental para qualquer casal. Um precisa entender o que o outro quer para seguirem juntos ou não.
Por isso, sempre ressalto que trabalhar a autoestima/autoconfiança é fundamental para não entrar em relações abusivas, submetendo-se a ser a pessoa invisível do casal. Ninguém nasceu com vocação nem tamanho para ficar dentro do bolso!
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*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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